sexta-feira, 27 de setembro de 2013


Prefeito imperfeito
Por Edson José – Professor e Historiador


            O Município de Campo Belo contou até agora com 26 ocupantes do cargo de prefeito, doze deles passaram pela Câmara de Vereadores. Gumercindo Rodrigues Neves, Antonio Borges, Lycério Miguel, Roberto Retori da Silveira, João Gibram, João Rodrigues Trindade, Vicente Santiago, Silvio José da Costa, Renato Maia, Daniel Gibram, Rômel Francisco de Assis e Nacib Duarte Bechir. Vale observar que Lycério Miguel, Vicente Santiago, João Gibram, João Rodrigues Trindade e Nacib Duarte Bechir depois de vereadores foram eleitos prefeitos, os demais ocuparam o posto como presidentes da Câmara nas renúncias dos vices ou como vice-prefeitos. Amador de Barros Moreira com quatro, dois por indicação e dois pelo voto, é o recordista em número de mandatos e que deixou um grande legado.
            Prefeitos andaram na contramão da história, não exercitaram o darwinismo social que é uma prática entre aqueles que buscam o status que só o poder de mando confere, para tanto, há o acotovelamento através do qual, pessoas são abatidas e quem as abate, ganha a força que é dada pelos fracos (os eleitores) que são muitos e ainda conta com a omissão dos outros poderes.
Inegavelmente alguns prefeitos deixaram marcas positivas, uns mais outros menos, alguns outros, praticamente nada. A maioria não deixou dívidas financeiras, porém, quase todos deixaram dívidas sociais e políticas, outros deixaram heranças malditas através de sucessores e ainda dívidas como a dos Projetos SOMMA 1 e 2 para canalizações e asfaltamento do centro da cidade que gerou correções sem precedentes no IPTU, algo da ordem de 500% em dezembro de 1996, novos aumentos virão por aí.
            Uma das muitas razões do definhamento do município a partir dos anos 60 foi o caráter familiar das empresas e naturalmente a ausência de ações políticas dos prefeitos que sempre são colocados no cargo com o dinheiro da elite econômica que quer e precisa de mão-de-obra barata, privilégio que a industrialização poria fim, razão pela qual esse crescimento nunca foi admitido.
            Existem grandes e velhos problemas, questões que nenhum governante municipal resolveu e, que vêm passando de prefeito a prefeito, como por exemplo, a industrialização rejeitada pela oligarquia rural e udenista que mais mandou na Prefeitura e que não gerou empregos, por isso, a cidade sofrerá para sempre diante dessa omissão dos donos do poder.
            Tão ruim feio e antiético como os desmandos, é cuspir no prato que comeu, prática em evidência, então, prefeito samba de uma nota só é demonstração inequívoca da falta de habilidade ou capacidade. Aprendemos isto com o ex-governador Hélio Garcia que tanto fez para Campo Belo, ele montava sua equipe, confiava nos auxiliares e a coisa fluía, por isso ganhou o prestígio e o respeito de toda classe política e dos eleitores mineiros.
            Mais recentemente o grande drama da cidade advém do trafico de drogas que produz violência sem precedentes, com assassinatos, roubos e furtos. Do conservadorismo político admitido pelo povo e consentido pelo sistema que não fiscaliza nem pune, por candidaturas impopulares, impostas e nada naturais, por mandatários que chegam ao cargo como herança, para esconder desmandos e proteger governos e governantes enganadores, todo esse conjunto fez de Campo Belo, a cidade do “Já Teve”.
            As Praças da cidade com as quais foram gastos milhões de reais e a principal nem foi concluída, são como vacas da Índia, coisa sagrada, não se pode usar, nelas foi gasto dinheiro público, esta é a explicação para não se permitir eventos nas referidas praças. Há de se perguntar: em qual logradouro municipal não se gastou dinheiro público?
Agora, para a política do circo, aí sim, vai se usar uma Praça, do Museu. Lá não se gastou dinheiro público? Política do circo porque, diferentemente da Roma Antiga, onde o povo era ludibriado com a distribuição de pão e de espetáculo circense, aqui o desrespeitado público será engambelado apenas com o circo, um show de música, que normalmente quando acontece aos domingos, é com o uso do playback. A exemplo dos pobres de Roma que comiam o pão e viam o circo, muita gente também está e ficará feliz, mesmo que seja com muito menos, isto é, sem pão, apenas com o circo.  A propósito, já que darão o circo porque não oferecem pizza, afinal, aqui tudo anda terminando nessa iguaria italiana.
            Diante das irregularidades cometidas, denunciadas e não concluídas pode-se  prever, afirmar ou antecipar que, em 2016 poderá não haver disputa eleitoral, não haverá oposição, até porque diante de todo esse quadro de 2012 que deve se repetir daqui a 3 anos, quem vai se arriscar em outra eleição? Enquanto o funcionalismo municipal f... e mal pago é obrigado a ser personagem do Big Brother Campo Belo, com câmeras que são instrumentos de ameaça, o banditismo age sem as Câmeras do Projeto Olho Vivo. Então, na próxima eleição, o menos traumático a se fazer é pedir ao deus político de uma parte dos campobelenses a indicação de outro novo nome, afinal, o povo que vive casos, exemplos, comentários, notícias, desmandos e perseguições horripilantes, só tem votado em candidato indicado, ainda que tenha que se arrepender, sofrer, chorar e até prometer que, na próxima, vai querer mudança.

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