APAEs correm sério risco de serem fechadas e
prejudicar milhares de alunos
Em Campo Belo 230 alunos podem ficar prejudicados
Sede da APAE de Campo Belo
Um possível fim das APAEs (Associações de Pais e Amigos dos
Excepcionais) vem causando uma polêmica muito grande em todo o país e em Campo
Belo onde a entidade realiza um trabalho valoroso junto a seus alunos a
preocupação não é diferente. Com 230 alunos e 49 funcionários a APAE do
município é reconhecida por tudo que desenvolve junto a estas crianças. Na
última semana, o vice-presidente da APAE, Delzio do Vale Araújo, esteve em Belo
Horizonte representando a entidade numa mobilização em prol da manutenção das
APAEs.
Pai de aluno apaeano e
presidente da APAE de Campo Belo, Rogério Pacífico, falou sobre esta situação.
“A inclusão de nossos filhos (alunos de APAEs) seria muito boa, se não fosse
utópica. Não existe inclusão possível diante de tantas diferenças e
dificuldades por parte dos pais e alunos da APAE. Vivemos o tempo de tomar
medidas eficientes e urgentes contra o chamado bulling, tão falado em
noticiários e responsável por desgraças em escolas. Tenho certeza, o problema
não é de ordem estrutural, e sim, intelectual, motora, e ate física. Podem
fazer as melhores salas, com os melhores professores. Esta intenção de inclusão
será com toda certeza, a maior exclusão de nossos filhos e alunos das APAEs.
Além do mais, acho que os maiores interessados no assunto, os pais, deveriam
ser ouvidos. Não sei realmente a posição política e educacional das autoridades
competentes a respeito, mas a posição das APAEs, é de continuar cada vez mais
fortes e eficientes na educação e tratamento de nossos assistidos (alunos)”.
Manifestação
Mais
de 500 pessoas, entre elas: pais, amigos, professores, profissionais e
voluntários das Apaes em Minas, juntamente com os representantes das entidades
para as pessoas com deficiência intelectual e múltipla, surdos e cegos,
reuniram-se nessa quarta-feira (7), na Praça da Assembleia Legislativa de Minas
Gerais (ALMG), em uma grande Mobilização Estadual em prol da manutenção do
texto aprovado pela Câmara dos Deputados para a Meta 4, do Plano Nacional de Educação
(PNE), que trata da oferta de educação para as pessoas com deficiência.
Vários
manifestantes levaram faixas e cartazes, ao som de batucadas e apitaços para
chamar atenção das autoridades a favor da manutenção do texto da Meta 4. Quando
o texto foi para o Senado Federal, o senador José Pimentel o alterou de forma a
trazer prejuízos para as Apaes e entidades do mesmo segmento, diante da
previsão da extinção as escolas especiais até 2016. O ex-presidente da
Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (FENEIS), Antônio de
Abreu, falou aos manifestantes com o apoio de uma interprete e disse que essa
causa é justa e que a mobilização se faz necessária. Mães, alunos, professores
e profissionais falaram da importância das Escolas Especiais e do diferencial
que essas escolas possuem por oferecer um trabalho de qualidade e excelência às
pessoas com deficiência, com apoios e abordagens adequados a esse público, que
extrapolam o contexto da escola convencional.
O
presidente da Federação das Apaes do Estado de Minas Gerais, Eduardo Barbosa,
agradeceu a todos os manifestantes pela presença e ressaltou que irá lutar pela
permanência das Escolas Especiais. “Nosso maior objetivo é a retomada do texto
da Meta 4 aprovada na Câmara dos Deputados que definiu a manutenção das escolas
especiais no Plano Nacional de Educação. O movimento Apaeano tem um
posicionamento claro à favor da inclusão e defende a coexistência entre escola
comum e escola especial”, explicou Eduardo Barbosa. Ele também reforçou a
importância da presença de todos os Apaeanos na Grande Mobilização Nacional,
que acontecerá em Brasília no próximo dia 14 de agosto.
O
presidente da ALMG - Deputado Dinis Pinheiro (PSDB); o presidente da Comissão
de Saúde do Parlamento mineiro - Deputado Carlos Mosconi (PSDB); e o Presidente
da Comissão de Educação - Deputado Bosco (PTdoB) participaram do ato. Para
Dinis Pinheiro, o que o MEC está propondo é um atentado aos direitos do cidadão
e uma agressão ao ser humano. Em seu discurso aos representantes das Apaes, ele
afirmou que a Assembleia apoia o movimento e está sempre ao lado daqueles que
trabalham pela educação das crianças e adolescentes especiais.
Em
reunião particular com o presidente da Feapaes-MG e os representantes das Apaes
presentes, o Deputado Dinis Pinheiro reforçou seu apoio às Apaes e afirmou que
a Assembleia apoia o movimento e está sempre ao lado daqueles que trabalham
pela educação das crianças e adolescentes especiais. “A Apae é sinônimo de
amor, devoção e ternura. A Assembleia Legislativa tem, no mínimo, a obrigação
de defender este trabalho”, disse.
Ao
final, o vice-presidente da Federação das Apaes e presidente da Apae-BH, Sérgio
Sampaio, falou à TV Assembleia, ao vivo, durante a reunião da Comissão de
Educação. A deputada Liza Prado (PSB) disse que apoia a mobilização das Apaes e
que as escolas das Apaes não podem ser fechadas, pois possuem um papel
fundamental na vida das pessoas com deficiência.
Fonte: Federação das Apaes do
Estado de Minas Gerais
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