sexta-feira, 16 de agosto de 2013


APAEs correm sério risco de serem fechadas e prejudicar milhares de alunos
Em Campo Belo 230 alunos podem ficar prejudicados

Sede da APAE de Campo Belo

           Um possível fim das APAEs (Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais) vem causando uma polêmica muito grande em todo o país e em Campo Belo onde a entidade realiza um trabalho valoroso junto a seus alunos a preocupação não é diferente. Com 230 alunos e 49 funcionários a APAE do município é reconhecida por tudo que desenvolve junto a estas crianças. Na última semana, o vice-presidente da APAE, Delzio do Vale Araújo, esteve em Belo Horizonte representando a entidade numa mobilização em prol da manutenção das APAEs.
            Pai de aluno apaeano e presidente da APAE de Campo Belo, Rogério Pacífico, falou sobre esta situação. “A inclusão de nossos filhos (alunos de APAEs) seria muito boa, se não fosse utópica. Não existe inclusão possível diante de tantas diferenças e dificuldades por parte dos pais e alunos da APAE. Vivemos o tempo de tomar medidas eficientes e urgentes contra o chamado bulling, tão falado em noticiários e responsável por desgraças em escolas. Tenho certeza, o problema não é de ordem estrutural, e sim, intelectual, motora, e ate física. Podem fazer as melhores salas, com os melhores professores. Esta intenção de inclusão será com toda certeza, a maior exclusão de nossos filhos e alunos das APAEs. Além do mais, acho que os maiores interessados no assunto, os pais, deveriam ser ouvidos. Não sei realmente a posição política e educacional das autoridades competentes a respeito, mas a posição das APAEs, é de continuar cada vez mais fortes e eficientes na educação e tratamento de nossos assistidos (alunos)”.

Manifestação
            Mais de 500 pessoas, entre elas: pais, amigos, professores, profissionais e voluntários das Apaes em Minas, juntamente com os representantes das entidades para as pessoas com deficiência intelectual e múltipla, surdos e cegos, reuniram-se nessa quarta-feira (7), na Praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em uma grande Mobilização Estadual em prol da manutenção do texto aprovado pela Câmara dos Deputados para a Meta 4, do Plano Nacional de Educação (PNE), que trata da oferta de educação para as pessoas com deficiência.
            Vários manifestantes levaram faixas e cartazes, ao som de batucadas e apitaços para chamar atenção das autoridades a favor da manutenção do texto da Meta 4. Quando o texto foi para o Senado Federal, o senador José Pimentel o alterou de forma a trazer prejuízos para as Apaes e entidades do mesmo segmento, diante da previsão da extinção as escolas especiais até 2016. O ex-presidente da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (FENEIS), Antônio de Abreu, falou aos manifestantes com o apoio de uma interprete e disse que essa causa é justa e que a mobilização se faz necessária. Mães, alunos, professores e profissionais falaram da importância das Escolas Especiais e do diferencial que essas escolas possuem por oferecer um trabalho de qualidade e excelência às pessoas com deficiência, com apoios e abordagens adequados a esse público, que extrapolam o contexto da escola convencional.
            O presidente da Federação das Apaes do Estado de Minas Gerais, Eduardo Barbosa, agradeceu a todos os manifestantes pela presença e ressaltou que irá lutar pela permanência das Escolas Especiais. “Nosso maior objetivo é a retomada do texto da Meta 4 aprovada na Câmara dos Deputados que definiu a manutenção das escolas especiais no Plano Nacional de Educação. O movimento Apaeano tem um posicionamento claro à favor da inclusão e defende a coexistência entre escola comum e escola especial”, explicou Eduardo Barbosa. Ele também reforçou a importância da presença de todos os Apaeanos na Grande Mobilização Nacional, que acontecerá em Brasília no próximo dia 14 de agosto.
            O presidente da ALMG - Deputado Dinis Pinheiro (PSDB); o presidente da Comissão de Saúde do Parlamento mineiro - Deputado Carlos Mosconi (PSDB); e o Presidente da Comissão de Educação - Deputado Bosco (PTdoB) participaram do ato. Para Dinis Pinheiro, o que o MEC está propondo é um atentado aos direitos do cidadão e uma agressão ao ser humano. Em seu discurso aos representantes das Apaes, ele afirmou que a Assembleia apoia o movimento e está sempre ao lado daqueles que trabalham pela educação das crianças e adolescentes especiais.
            Em reunião particular com o presidente da Feapaes-MG e os representantes das Apaes presentes, o Deputado Dinis Pinheiro reforçou seu apoio às Apaes e afirmou que a Assembleia apoia o movimento e está sempre ao lado daqueles que trabalham pela educação das crianças e adolescentes especiais. “A Apae é sinônimo de amor, devoção e ternura. A Assembleia Legislativa tem, no mínimo, a obrigação de defender este trabalho”, disse.
            Ao final, o vice-presidente da Federação das Apaes e presidente da Apae-BH, Sérgio Sampaio, falou à TV Assembleia, ao vivo, durante a reunião da Comissão de Educação. A deputada Liza Prado (PSB) disse que apoia a mobilização das Apaes e que as escolas das Apaes não podem ser fechadas, pois possuem um papel fundamental na vida das pessoas com deficiência.

Fonte: Federação das Apaes do Estado de Minas Gerais



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